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O gigantismo e as controvérsias das redes sociais digitais

É fato, tudo mudou depois das redes sociais. As pessoas já não se comunicam, interagem e organizam como antes. Um reflexo, irreversível, causado pelo advento da internet e da comunicação mediada pelas plataformas digitais. Todos os anos surgem novas redes sociais para atrair e disputar atenção de quem curte socializar virtualmente.  A popularidade é tão grande que somente o Facebook possui cerca de 1,94 bilhões de perfis ativos, um quarto da população mundial está nas mãos de Mark Zuckerberg (portal de estatísticas Statista).youtube.jpg

Há redes sociais para tudo. Para quem é amante de fotografia, para quem procura um trabalho, um namorado(a) ou uma simples amizade.  O que não falta é gente buscando e pensando o mesmo sobre um assunto. Há também os usuários que utilizam esses ciberespaços como fonte de informação para embasar suas opiniões.

É nítido que estamos imersos em uma sociedade em rede, na qual a cultura participativa e a inteligência coletiva emergem com rapidez. As telas já ocupam boa parte do tempo de lazer dos cidadãos, observando de modo bastante incisivo o que McLuhan (1964) preconiza ao posicionar os meios de comunicação como extensões do homem.

No entanto, o lado perverso das redes sociais apresenta a face. A bolha provocada pelos algoritmos, impulsionados principalmente pelo inbound marketing, faz com que os usuários consumam informações unilaterais do assunto que eles apresentam interesse. Ou seja, dificilmente terá acesso espontâneo a pontos divergentes.  O sociólogo Zygmunt Bauman aponta que “as redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia”.

Esse cenário traz uma falsa sensação de literacia midiática. Uma vez que temos acesso a uma rede bilateral, habilidade de utilização, mas não conseguimos ter um senso crítico para formulação de opinião. Pois, a própria rede, nos “inibe” de ter informações que nos contraponha e leve a formar uma opinião isenta sobre o assunto que estou tento acesso.

“Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muitos prazerosos, mas são uma armadilha”, Bauman.

 


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